Viajar é uma Arte

Se desprender do conforto do seu lar e adentrar num mundo de possibilidades é o que as viagens proporcionam.

As horas que se passam dentro do carro trazem no decorrer do dia imagens encantadoras e que ficam em nossa memória quando decidimos recordar.

Sempre há o acaso. E dentre o ocorrido, você decide aproveitar ou não a situação.

Em uma de nossas viagens ao Pantanal, nos 150 km da queridinha Transpantaneira encontramos os pesquisadores do Projeto Caimam.

O Projeto Caiman é uma iniciativa de pesquisa e conservação das populações do jacaré-de-papo-amarelo e que tem como objetivo promover a conservação da biodiversidade através de projetos de conservação, educação ambiental, pesquisas científicas e consultoria.

Estacionados próximos a uma das 120 pontes da rodovia, os pesquisadores estavam se preparando para capturar um jacaré e colher material (sangue) que posteriormente seria analisado. Esse procedimento de coleta já havia sido realizado em vários outros pontos onde havia a presença de jacarés.

O intuito da pesquisa era analisar os impactos para os jacarés nas recentes queimadas (2020).A região foi devastada por incêndios que consumiram 115,5 mil hectares, destruindo grande parte do bioma pantaneiro.

Observamos de longe a captura do jacaré, que foi realizada com muito cuidado, para que o réptil não se ferisse ao ser laçado. Esse cuidado é feito para que também não tenha riscos para os pesquisadores no manejo para coletar o material.Pois se tratando de instinto, os jacarés são conhecidos por serem habilidosos caçadores de emboscada e são predadores corajosos e assertivos. Eles esperam que peixes ou animais terrestres se aproximem para, em seguida, sair correndo e atacar.

Vendo tudo de cima da ponte, uma euforia tomou conta e aproveitei a oportunidade e perguntei:

“Posso descer e tocar no jacaré?”

A resposta foi “SIM” e lá fui eu, descer o barranco (processos naturais de erosão, que ocorrem devido à ação da água, vento ou outros agentes erosivos nas margens dos rios).

Quando me aproximei, pensei: “Uaaauuuuuu! Que experiência incrível!

E me entreguei a criar dentro de mim as memórias, as sensações, as percepções que este momento me proporcionou.

Hoje, quando aqui descrevo essa história, eu revivo todas as sensações. Sinto nas minhas mãos a pele de aparência dura, porém macia ao toque. E relembro as curiosidades sobre esse réptil que aprendi com a equipe do Projeto Caimam.

Então, separei algumas curiosidades sobre o jacaré, que tem sua aparência assustadora e porque não falar pré-histórica:

  • No Brasil, existem seis espécies de jacarés.

Jacaré-paguá ou jacaré-anão – Jacaré-açu – Jacaré-do-papo-amarelo – Jacaré-do-pantanal  – Jacaretinga – Jacaré-coroa.

  • Os jacarés são predadores e alimentam-se de diversas espécies de animais.
  • A pele dos jacarés é resistente à perda de água.
  • A cauda dos jacarés em formato de remo ajuda-os a nadar mais rapidamente.
  • São ectotérmicos, ou seja, a temperatura do seu corpo varia de acordo com o ambiente.
  • Possuem dois pares de patas curtas com dedos terminando em garras e apresentando membranas natatórias entre eles. 
  • Possuem sensores de vibração em sua pele que são extremamente sensíveis – eles conseguem detectar até a mais leve vibração e sair da zona de perigo bem antes que o perigo chegue. 
  • Os olhos do jacaré têm dois conjuntos de pálpebras. As pálpebras externas são como as dos humanos. Elas são feitas de pele e fecham de cima para baixo. As pálpebras internas são claras e fecham de trás para a frente. Enquanto o jacaré fica de tocaia ou nadando, essas pálpebras internas protegem seus olhos e fornecem uma visão mais clara quando ele está debaixo d’água. 
  • Apresentam hábitos noturnos, sendo encontrados durante o dia tomando Sol em grupos.
  • Os ovos dos jacarés têm uma casca rígida com uma câmara cheia de líquido, que protege o embrião da dessecação. A postura dos ovos ocorre em locais, como se fossem “ninhos”, formados por vegetação em decomposição. 
  • Os jacarés apresentam um focinho mais largo, que encobre todos os seus dentes, o que não ocorre em crocodilos. Estes apresentam uma cabeça mais longa e fina, o que deixa seus dentes inferiores visíveis.

Cada viagem conta uma história que faz parte da sua vida. Seu destino é ir…  Programar a sua viagem entendendo que quando se trata de sair da sua zona de conforto, os imprevistos fazem parte. E este relato, esta experiência, mostra como o inesperado pode surpreender e fazer de sua viagem única.

Que sua próxima viagem lhe traga muitas surpresas!

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